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Conferência Internacional

A Vida em Estado de Excepção: (des)obedecer nas sociedades contemporâneas 

 

Projeto de Investigação e Criação, desenvolvido pela dupla de criadores Marta Carreiras e Romeu Costa em parceria com a Prof.ª Maria João Brilhante e Rui Pina Coelho que asseguram a relação com o Centro de Estudos de Teatro e com a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

São muitos os posicionamentos que fazem do final da Segunda Guerra Mundial – e do Holocausto em particular – um momento de cisão com a restante história da Humanidade e um momento de profundas alterações na cosmovisão universal. Nesta conferência pretende-se estudar, identificar e perscrutar os sinais e as condições que propiciaram (e continuam a propiciar) regimes políticos assentes em práticas autoritárias e totalitaristas – e quais as formas, no presente e no passado, na arte e na vida, de lhes resistir. Propõe-se que a exploração deste inexpugnável poliedro seja feita través do binómio obediência/desobediência, encarado aqui como uma forma de pensar a vivência da política nas sociedades contemporâneas e como ponto de partida para uma discussão sobre as derivas autoritárias que minam as democracias. A conferência reúne investigadores e profissionais das artes performativas, de diferentes disciplinas (arquitectura, cinema, dança, estudos de teatro e de performance, filologia, filosofia, fotografia e psicologia).

Esta conferência, surge como espaço de pensamento, reflexão e prática, nela se procurando fazer um mapeamento das configurações relacionais que se podem desenhar quando se juntam palavras como poder, soberania, liberdade, resistência, multidão, servidão e afetos com o conceito e os diversos significados do binómio obediência/desobediência. Perguntamos então: Porque obedecemos? A quem obedecemos? O que é a obediência colectiva? O que sabemos sobre a forma como gerimos a liberdade e a subjectividade? Quais as causas da obediência política como experiência da servidão?

No dia 17 de Outubro, às 16h teremos a apresentação do espetáculo KAMARÁD, inserido no último dia da conferência. KAMARÁD é uma viagem pelas páginas de uma revista criada por crianças e jovens prisioneiros no campo de concentração de Theresienstadt, durante a Segunda Guerra Mundial e que contou com 22 edições. Em dias sombrios, a arte foi pão que distraía a fome e alimentava a capacidade de imaginar um outro presente e um futuro diferente, no contexto de um campo profundamente marcado pela sua intensa vida cultural da qual professores, músicos, atores e diversos artistas faziam trincheiras para resistir. Debruçamo-nos sobre a resistência como acto performativo, como acto de criação e de afirmação da vida em oposição à morte. De que forma a arte sobrevive e prolifera na ameaça de um fim iminente? Qual o papel da arte e da educação nos tempos mais sombrios? Iván e os seus camaradas criaram para se inscrever no mundo, assinando por fim o seu nome num pedaço de papel, daqueles raros de encontrar num campo de concentração. Direção Artística de Dennis Xavier e Sofia Moura.

Conferência integrada no Projecto “The Holocaust and Modernity: Violence and obedience in present societies”, financiada pela FCT – Fundação para a Ciência e Tecnologia no âmbito do apoio especial Portugal e o Holocausto: investigação e memória [ID: 740684458].


Mais informações aqui.

 

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